quarta-feira, 2 de julho de 2008

novo despertar

Tudo tinha deixado de ter importância. Deixei a escrita, as palavras, os poemas e teatros... Estava focada apenas e somente em perceber a morte... esqueci-me de perceber a Vida. Chorei a perda e esqueci-me de agradecer a Vida. Cai e não me quis levantar. Os anos que se seguiram foram de bloqueio. Passei horas a construir muros e barreiras, afastando todos de mim de forma a não perder mais. Perdi a capacidade de amar... de me amar.
Um novo despertar chegou anos mais tarde. Um "wake up call" desesperado da minha mãe, que farta de me ver "moribunda" ultimou-me a Viver. Aos poucos fui-me reconhecendo e aceitando o Caminho tal como ele se apresentava. Mas cá dentro as dúvidas permaneciam. Ainda assim, pus todos esses sentimentos numa caixinha e fechei-a. Ficou ali guardada... para mais tarde.
Estavamos em 2000, ano em que comecei a trabalhar (no que ainda hoje faço), numa empresa de renome, importante e recheada de tudo o que procurava: trabalho e esquecimento. Nunca pensei que o sonho poderia um dia transformar-se no pior pesadelo.
Dediquei-me de corpo e alma, horas a fio, sem descanso, ao meu sonho. Aos poucos surgia a insatisfação, um chamamento que não percebia de onde via, de quem! Desculpava-me com o cansaço, tirava uns dias de férias e tudo ficava bem. Sete anos assim... a calar as vozes interiores, a renegar todos os sinais do Universo e a insistir caminhar por um Caminho que não o meu.
Namasté

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